Segundo quem circula pelo meio, Ariano Villar Suassuna será o candidato brasileiro à próxima edição do Prêmio Nobel de Literatura. Muito justo, penso eu, ainda que me incomode o alheamento geral que é concedido à importância da fantástica obra de Manoel de Barros para a arte em geral -não somente à literatura. Mas se não há Manoel -e nem haverá de haver, até em função de sua idade avançada-, vamos de Ariano, e nem poderiam estar melhor representadas as nossa letras, tão geniais quanto combalidas pela indiferença que é relegada pelo próprio País.
Sou um fã declarado de Ariano, não somente pela grandeza de sua obra como também pelo fato de ser nordestino -mais particularmente da Paraíba, Estado que aprendi a amar por nele ter morado durante alguns anos de minha vida.
Tanto é que, recentemente, proferi uma palestra na Câmara Municipal de Campos do Jordão denominada "Ariano Suassuna e o Movimento Armorial", que abaixo reproduzo, na esperança de ter conseguido, ainda que a duras penas e com extraordinário esforço, passar aos presente o mínimo que seja da vastidão da obra de Ariano, digno herdeiro da genialidade de Zé Lins, Zé Américo e Augusto dos Anjos, entre outros.
Vida longa, portanto, a Ariano Suassuna, com ou sem Nobel -cuja inexistência nas letras brasileiras, até o momento, não nos tem feito a mínima falta.
ARIANO
SUASSUNA E O MOVIMENTO ARMORIAL
Palestra do
Acadêmico Benilson Toniolo na Câmara Municipal por ocasião da Reunião Ordinária
da Academia de Letras de Campos do Jordão, 31 de março de 2012
Aqui morava um rei, quando
eu menino
Vestia ouro e castanho no
gibão
Pedra da sorte o meu
destino
Pulsava, junto ao meu,
seu coração
Para mim, seu cantar era
divino
Quando, ao som da viola e
do bordão
Cantava com voz rouca o
desatino
O sangue, o riso e as
mortes do sertão.
Mas mataram meu pai. Desde
esse dia,
Eu me vi como um cego sem
meu guia,
Que se foi para o sol,
transfigurado.
Sua Efígie me queima. Eu
sou a presa.
Ele, a brasa que impele ao
fogo, acesa.
Espada de ouro em pasto
ensangüentado.
Com
este soneto, “A Acauhan, a Malhada Onça”, de 1980, Ariano Suassuna lança a
pedra principal de sua obra: sua condição de sertanejo, dispendendo profundo
amor pelas coisas do seu lugar; o uso de imagens fortes e marcantes; o respeito
à cultura erudita, aqui representado pela forma rigorosa do soneto; e a dor
permanente pela morte do pai, ocorrido cinqüenta anos da composição do poema,
quando Ariano contava com pouco mais de três anos de idade.
Nascido
em 16 de junho de 1927, na cidade de Nossa Senhora das Neves, então capital do
Estado da Paraíba, hoje João Pessoa, Ariano Vilar Suassuna é o oitavo de uma
família de nove filhos. Seu pai, João Suassuna, após cumprir seu mandato de
governador do Estado de 1924 a 1928, retorna com a família ao seu lugar de
origem, a fazenda Acauhan, no sertão. Mas
não se distancia da política e, em meio aos turbulentos dias que precedem a
Revolução de 1930, João é assassinado no Rio de Janeiro pelas forças
separatistas comandadas por José Pereira de Lima, que chega a declarar a
independência do Território Livre de Princesa, que conta com hino,
constituição, jornal, exército e bandeira.
Após
a morte do patriarca, a família permanece na fazenda, até a terrível seca de
1932, quando todo o gado deixado por João se perde, vitimado pela fome, e a
família se veja em meio a sérias dificuldades financeiras, mudando-se então para
Taperoá, sertão seco, alto, áspero e pedregoso dos Cariris Velhos da Paraíba do
Norte. Neste lugar Ariano inicia seus estudos e se dedica a caçadas e
expedições nas fazendas do Saco, de São Pedro, Panati e Malhada da Onça, levado
por seus tios maternos e irmãos mais velhos. Aqui também assiste ao seu
primeiro desafio de viola e ao seu primeiro espetáculo de mamulengos, que lhe
causam forte impacto.
Mas
as dificuldades financeiras não cessam e, ainda que contando com o suporte de
seus irmãos, dona Rita de Cássia Dantas Villar vende a fazenda Acahuan e
muda-se para o Recife, em 1942, onde alguns dos seus filhos mais velhos já se
encontram estudando.
O
menino Ariano é matriculado no Ginásio Pernambucano, onde conhece Francisco
Brennand, seu colega de turma, e publica seu primeiro poema. Sobre este
episódio, declararia anos depois: “No
colégio, tive um professor de geografia que era interessado em literatura.
Quando foi um dia, ele passou uma prova lá e eu não estava preparado... aí
taquei literatura. Era uma prova sobre aspectos do relevo brasileiro. Eu falei
sobre Drummond, Aleijadinho, falei o diabo, só não falei do relevo. Me lembro
que tinha alguns nomes como o rio São Francisco, o rio Amazonas, o Planalto
Central e as coxilhas do Rio Grande do Sul... Então ele foi entregando as
provas e disse: “essa aqui eu deixei pro fim porque quero conhecer o autor, que
pode não ser bom em geografia, mas gosta de literatura”. Eu disse: “fui eu”.
Ele pergunta se eu gosto de literatura e se escrevo. Aí eu digo: “escrevo”.
“Escreve o quê?” “Escrevo poesia”. Ele disse: ‘Me traga um poema”. Aí, na aula
seguinte, eu levei. Ele pegou e disse: “Você pode emprestar?” Eu digo: “Posso”.
Rapaz, ele me fez uma surpresa... que alegria! Quando foi no domingo, abri o
Jornal o Commercio, estava publicado. Foi em 7 de outubro de 1945”. A esta
altura, o menino Ariano já é leitor de Eça de Queirós, Guerra Junqueiro,
Euclydes da Cunha e José Lins do Rego.
Em
1946, entra para a Faculdade de Direito, onde encontra um grupo de escritores,
poetas, atores, pintores, músicos e pessoas interessadas em diversos tipos de
arte. Dentre estas pessoas, destacam-se Hermilo Borba Filho e José Laurênio de
Melo, que exercem grande influência na formação de Ariano. Com os três, e mais
Capiba, Galba Pragana, Joel Pontes, Ivan Neves Pedrosa, Aloisio Magalhães,
Genivaldo Wanderley, Heraldo Pessoa Souto Mayor, José de Morais Pinho, Fernando
José da Rocha Cavalcanti, Gastão de Holanda, Epitacio Gadelha e Ana e Rachel
Canen, é fundado o Teatro do Estudante de Pernambuco. Ariano passa a publicar,
em revistas estudantis e suplementos culturais, seus primeiros poemas ligados
ao romanceiro popular do Nordeste.
Mas
a proximidade com atores e pessoas ligadas às artes cênicas faz com que Ariano
comece a escrever pequenas esquetes teatrais, e toma parte do Prêmio Nicolau
Carlos Magno de Teatro, onde obtém o primeiro lugar com o espetáculo Uma Mulher Vestida de Sol, no ano de
1947.
A
partir daí, a produção teatral se multiplica. Sob inspiração de Garcia Lorca e
suas peças de ato único, encena O Desertor de Princesa, que é encenada no
Parque Treze de Maio, na capital pernambucana.
Seguem-se
Os Homens de Barro e Auto de João da Cruz,
que lhe dá o Prêmio Martins Pena. Forma-se em Direito em 1950 e parte para
Taperoá para tratar-se de uma enfermidade no pulmão, ocasião em que conhecerá
Zélia na seguinte situação: para receber os parentes que vinham visitá-lo,
Ariano monta com os demais pacientes um pequeno espetáculo denominado “Torturas de Um Coração ou Em Boca Fechada
Não Entra Mosquito”. Entre os parentes visitadores, estava uma menina
tímida, uma sua parente muito distante, por quem o dramaturgo convalescente se
apaixonará e com quem se casará em 1957, em cerimônia realizada no dia do
aniversário de seu pai.
Enquanto
isso não acontece, recupera-se da enfermidade, retorna ao Recife e emprega-se
no escritório de advocacia do seu professor Murilo Guimarães. Continua a criar
espetáculos populares, entre eles O Arco
Desolado, O Castigo da Soberba, O Rico Avarento e aquele que seria seu
trabalho cênico mais conhecido, O Auto da
Compadecida.
Em
1956, abandona a advocacia e ingressa na docência, tornando-se professor de
Estética na Universidade Federal de Pernambuco, além de dirigir o setor de
cultura do Serviço Social da Indústria até 1960. Escreve o romance A História de Amor de Fernando e Isaura,
uma versão sertaneja de Tristão e Isolda.
O
ano de 1957 lhe trará duas grandes notícias, além do casamento com Zélia: o
Prêmio Vânia Souto de Carvalho por O
Casamento Suspeitoso, e a medalha de ouro da Associação Paulista dos
Críticos de Arte com O Santo e a Porca.
A
partir daí, sucedem-se os prêmios nacionais de teatro, e em 1959 O Auto da
Compadecida é traduzido para o polonês, e em 1964 para o holandês.
Forma-se
em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco, e sua obra teatral
começa a ser encenada também no exterior, valendo-lhe prêmios na Argentina e no
Chile.
Em
1969 é nomeado diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade
Federal de Pernambucano, cargo que ocupará em 1974. Assim que assume, convida
diversos autores para formarem juntos um grupo de criação multicultural, que
inclua poesia, pintura, música, teatro e dança em uma base formada por raízes
essencialmente populares, extraindo daí uma cultura erudita a que dariam o nome
de Movimento Armorial. Participam deste grupo, entre outros, o músico Guerra
Peixe, o pintor Francisco Brennand, o gravurista Gilvan Samico e os poetas
Marcus Accioly, Ângelo Monteiro, Deborah Brennand e Janice Japiassú.
Organiza,
com seus companheiros, em 1970, o concerto Três Séculos de Música Nordestina –
do Barroco ao Armorial, em conjunto com uma exposição de xilogravura, pintura e
escultura, ocasião em que é lançado oficialmente o Movimento Armorial.
Em
1971 publica o Romance d’ A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do
Vai-e-Volta, que preparara desde 1958 e se propõe a ser o “romance armorial
brasileiro”, pela Editora José Olympio.
É
nomeado Secretário de Educação e Cultura do Recife, e começam a surgir teses de
mestrado e doutorado no Brasil e no exterior acerca de sua obra.
Dedica-se
à docência de Filosofia, Teoria do Teatro, Estética e Literatura Brasileira,
aposentando-se em 1989.
Eleito
para a Academia Brasileira de Letras em 1990, e Academia Pernambucana de Letras
em 1992.
A
partir daí, acentuam-se as homenagens e honrarias.
Doutor
Honoris Causa pela Universidade Federal da Paraíba em 2001.
Homenageado
pela Escola de Samba Império Serrano, em 2002, com o enredo Aclamação e
Coroação do Imperador da Pedra do Reino. No mesmo ano, recebe em o Prêmio
Nacional Jorge Amado de Literatura e Arte, pela Secretaria de Cultura e Turismo
do Estado da Bahia.
Cidadão
Paulistano em 2006, e no mesmo ano a Universidade Federal de Pernambuco lança o
“Núcleo Ariano Suassuna de Estudos Brasileiros”.
Em
2007, ano de seu octagésimo aniversário, recebe o título de Cidadão Baiano e
nomeado Secretário Estadual de Cultura de Pernambuco.
Após
as versões feitas para a televisão e para o cinema do Auto da Compadecida e do Romance
da Pedra do Reino, Ariano popularizou-se, e é figura freqüente em feiras e
festivais literários, além das conhecidas aulas-espetáculo, quando atrai
multidões para ouvir suas histórias e seus projetos para a valorização de uma
cultura tipicamente brasileira e popular.
Crítico
mordaz de modismos, anglicismos e feroz combatente do que chama de
“imbecilização do pensamento brasileiro”, reage com bom humor quando lhe
perguntam por qual motivo nunca saiu do Brasil: “quando tenho vontade de
visitar a Espanha, por exemplo, abro meu Dom Quixote”. Aos que o acusam de promover
a xenofobia, lembra: “nem poderia, pois as
raízes das manifestações culturais nordestinas remontam ao árabe e ao ibérico,
como algumas passagens do Auto da Compadecida, que além de constarem na nossa
literatura de cordel foram encontradas também em folhetos mouros e árabes, como
a história do cachorro, ou do cavalo, que descomia dinheiro”.
Suassuna
foi detido durante a ditadura militar pelo seguinte diálogo em uma de suas
peças: “um sujeito pergunta ao outro como
é que se faz para chegar nos Estados Unidos, e o outro responde: é só você ir
andando de posto Shell em posto Shell, e você chega. O general me perguntou se
eu tinha mesmo escrito aquilo, e eu disse que sim. Ele perguntou o que é que eu
queria dizer, e eu respondi que não sabia, porque quem dizia aquilo era o
personagem, e não eu. O general, que pelo jeito gostava de literatura, deu uma
risada e me mandou pra casa”.
Suassuna
foi acusado por alguns críticos de fazer apologia à preguiça e malandragem do
brasileiro, numa espécie de lobatismo ao contrário, por conta das
características de seus heróis, sobretudo a dupla Chicó e João Grilo, que se
caracterizam por lançar mão de mentiras e presepadas para levar vantagem sobre
seus antagonistas; o sofrível poeta Simão, da Farsa da Boa Preguiça, que passa
a vida a criar desculpas para não trabalhar, e vive na miséria; o culto, sagaz
e desonesto Quaderna, que enrola o investigador de polícia mas não consegue
escapar da prisão. Entretanto, a astúcia e a espontaneidade são algumas das
poucas armas que estes personagens encontram para escapar da fome e da
humilhação impostas pela avareza e pela vaidade dos ricos. Também é forte a
presença da fé católica de Ariano em todas as suas obras, com a predominância
da vitória final dos justos e dos miseráveis sobre a maldade dos poderosos e
exploradores, que sempre são condenados à danação eterna.
Aclamado
pelo público, reconhecido pela crítica, referendado pelos meios acadêmicos,
Suassuna revela-se um defensor incansável da língua portuguesa. É vasto o
anedotário em torno de sua crítica ácida ao uso abusivo de anglicismos em nosso
cotidiano, como por exemplo quando, ao passar por uma lan-house, soltou um
“lanhou-se”, para protesto do motorista de taxi que naquele momento o conduzia
ao aeroporto, que chegou a chamá-lo de ignorante por não saber que se tratava
de um estabelecimento especializado em computadores. E Ariano: “pois agora é
que lanhou-se, mesmo”. Ainda sobre a língua inculta e bela, vaticinava, em 1972:
“Se Deus quiser, se os técnicos do planejamento
deixarem e a pílula não impedir, logo chegaremos a duzentos milhões. E, queiram
ou não queiram os nossos resignados sem complexo, duzentos milhões de pessoas
formarão uma voz que terá de ser ouvida no mundo”.
Desta
forma, Suassuna está ligado à arte
brasileira não só como criador, mas também como líder cultural.
Dotado
de assombrosa memória, é capaz de citar longos trechos de A Cidade e As Serras,
de Eça, e do Sermão da Quarta-Feira de Cinzas, de Vieira, gosta de lembrar que
seu interesse pela literatura surgiu com Olavo Bilac, com o livro ‘Através do
Brasil’, que ganhou de presente de um irmão mais velho que estudava no Recife:
“Li-o aos sete anos, e exerceu em mim
grande influência, por dois motivos: em primeiro lugar, porque na época eu só
lia livros policiais cuja ação se dava em Londres. E vi naquele livro, pela
primeira vez, a paisagem e a cidade brasileira. A história começava no Recife e
acabava no sul do País, contando a trajetória de dois meninos à procura do pai,
dado como morto. Meu pai tinha sido assassinado quatro anos antes, então aquilo
me tocava”.
Vale
aqui, senhoras e senhores, estamos falando de um menino de sete anos, no sertão
da Paraíba, que lia romances policiais ingleses e começava a descobrir a
paisagem brasileira através de Bilac. Em que momento da história, meus amigos,
começamos a nos perder, até chegarmos a este quadro de aridez intelectual em
que nos encontramos atualmente?
Mas
voltemos ao nosso personagem.
Um
Policarpo Quaresma de nossos tempos? Talvez. Defensor incorrigível da arte e da
cultura brasileiras, hoje ele tem dado em suas apresentações diversas
manifestações de como enxerga a questão da necessidade da preservação deste
nosso patrimônio: “Eu tinha duas
tias-avós velhas, uma das quais, muito religiosa e crédula, vivia a repetir uns
famosíssimos e suspeitíssimos milagres cuja notícia ela lia no Mensageiro do
Coração de Jesus e em que sempre aparecia um misterioso “manto de Nossa
Senhora”, revelado na Espanha, na França, na Alemanha, e que curava cegos,
ressuscitava mortos, etc. A outra tia-avó, irmã da milagreira, sertaneja cética
e desconfiada, costumava comentar filosoficamente: ‘Eu não sei o que é que têm
esses milagres de Sinhazinha, que só acontecem no estrangeiro’. Sou, como todo
escritor, uma espécie de sonhador, sem muito jeito para político ou cientista.
Mas sou também religioso, e se desconfio da freqüência dos milagres é
justamente por respeito ao milagre. E o que eu mais temo é que o milagre
brasileiro acabe por se revelar um milagre enganador. E isso só não irá
acontecer se, no momento da industrialização e do enriquecimento, a Gravura, a
Pintura, a Escultura, a Cerâmica, o Romanceiro, a Música autêntica e os
espetáculos populares brasileiros permanecerem como manancial e fonte de
inspiração para a manutenção de uma garra brasileira, capaz de animar com o
sangue e a raça do Brasil uma indústria peculiar e fiel a nosso País e ao nosso
povo”.
Mas
como se auto-definiria o próprio Ariano, em meio a turbilhão de afazeres e
compromissos a que foi submetido após a popularização de sua obra advinda após
a adaptação para o TV e o cinema de duas de suas obras? “Outro dia, me acusaram de elitismo. Repare bem, falavam que eu era
elitista porque diziam que, com o Romance d’A Pedra do Reino, é preciso fazer
um esforço grande para ler. Ora, isso é uma acusação demagógica. Ninguém pode
esperar muito de mim, não, mas o que eu puder fazer pela nossa cultura, eu vou
fazer. Digo sempre: não me considero otimista, acho os otimistas ingênuos. Nem
pessimista, pois são amargos. Eu me considero um realista-esperançoso. Tenho
esperança. A esperança é uma das três virtudes chamadas teologais (fé,
esperança e caridade). Sou fraco na fé, na caridade, mas sou bom na esperança.
Luto, sou um homem animoso. É possível participar das coisas e a gente não deve
ter medo, mesmo que a tarefa pareça invencível”.
Poeta,
dramaturgo e romancista, este é, senhoras e senhores, Ariano Vilar Suassuna. Um
sertanejo nascido sob o signo da luta, e que continua bravamente pelejando pelo
simples direito de permanecer vivo no combate pela brasilidade e pela esperança
–que, na maioria das vezes, é justamente o que trazemos de mais valioso.
Benilson Toniolo
Campos do Jordão, março de 2012